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Mostrando postagens de junho 1, 2023
Tento constantemente ser uma mulher independente e forte. Mas no fundo, nos momentos de angústia, sou apenas aquela menina de 5 anos esperando o pai chegar. E um dia ele não chegou. Sou apenas aquela menina querendo falar com a mãe que está brava com ela, e faz castigo de silêncio. Eu sou aquela menina. Eu ainda sou aquela menina. Que tem medo de a pessoa que ama ir embora. Que tem medo de ser ignorada porque fez uma besteira. Eu sou aquela menina. Que não entende por que tem tanta dificuldade em amar.  Parece que amar é um defeito forte que fui fadada a ter. Eu ainda sou a criança que tenta agradar a tudo e a todos para assim ser amada. Eu ainda sou a menina que não quer ficar sozinha. Eu ainda sou a menina que sente o abandono na pele. E no coração. Eu ainda sou a Júlia de 5 anos. E eu não consigo mais negar isso. Nunca vai passar. 
Existem tantas escrituras dentro de mim.  Dessas empoeiradas, calcadas no esquecimento Fixadas com cimento  Tento tento tento Mas ainda me sinto jogada ao relento  Como se não tivesse fim Tanto tormento  Me sinto tão encolhida Toda vez que vejo  Que estou envolvida Com este desejo Me sinto tão pequena Ao perceber que te afeto  E aquilo que era pra ser só um esquema Tá virando uma estrutura de concreto Firme E eu minúscula Me sinto num filme Mas totalmente sem bússola Como posso me perder tanto Quando saio do controle Há tempos que não me sinto em prantos Por ter medo do abandono  Culpa que paralisa Depois me anestesia Não sei quando estabiliza  Essa falta de ordem minha Queria ser fria Queria ser sozinha  Pra sempre  Sem me preocupar  Com o de repente Sem pensar  Que talvez meu deleite  Acabe da noite pro dia Queria ser fria Ah como queria Poder seguir a vida Apenas apreciando a solidão Sem contar quantos afetos tenho na mão E quantos se vão entre os dedos Como areia, escapando quando
Eu ainda não sei o quanto Você consegue me ver  Através da lente  Não sei se percebe o tanto Que meu coração sente Não sei se entende o manto Que ainda me prende Não sei se sente espanto  Se se surpreende  Comigo Que sou tão frágil  Abrigo de paranoias  Queria ser ágil  Ser feita de joias  De sabedoria, poder Mas toda vez que me apaixono  Me sinto perder  A capacidade de ser  Eu  Perco o sono  No meio do breu Me sinto incompleta Na igreja, um ateu  Perdido na meca  Desencaixado  Talvez seja verdade Todo esse meu lado  Errado  Talvez eu tenha que aceitar Sair pela cidade  Sem buscar um culpado  Apenas reconhecer  Encarar de frente o fardo  De ter sombras, parar de me esconder Me sinto uma farsa Será que um dia você vai perceber? Isso me ameaça  Mas a verdade é que você já descobriu  Que sou torta Tem uma parte minha caída no meio fio  Me sinto morta Enquanto outra versão de mim  De novo me pariu