Pagu indignada no palanque

Uma flor tão delicada Bonita e iluminada Uma mãe tão dedicada Forte e determinada Se atacam seus filhos Vira bicho Se mudam seus trilhos Se sente um lixo Mas se até no lixão nasce flor Como pode essa luz se apagar? Nunca se apaga Até quando não se tem nada Dá-se um jeito de fazer feliz A cria, a vida Linda, corajosa Companheira e amorosa Não se esconde nada dela Não precisa ter medo Você será entendido por ela E ainda ganha um abraço logo cedo Margarida, Margarida, Por que choras assim? Não sabe que sou louca por ti? Não sabe que sou grata por tudo? De que tens medo? Do futuro? Perdoe seu passado Siga em frente Vou estar sempre ao seu lado Não importa o que eu enfrente. Para minha mãe, Margarida Andrade - minha guerreira, meu exemplo, meu tudo.

A Diva Vadia Vá, dia Não vazia

Não vivo. Não vivo mais. Só pairo pela terra esperando uma resposta. Espero uma luz, um rumo, uma razão para correr atrás. Atrás da felicidade que um dia foi você. Não escovo mais os dentes, não tomo mais banho, não leio mais meu livro, não há mais sorriso. A maconha me relaxa, a bebida me deixa tonta. Mas nada me faz esquecer de você. Nada me faz parar de querer num paradoxo infinito, te beijar e te matar. Te empurrar da escada e cuidar de você. Te queimar com meu cigarro e dizer que te amo. Eu nem sei se ainda te amo. Nem sei quem é você, que rosto é esse?

Eu sou um rio Desapareço no frio Sou doce e vadio Não sou mais vazio Chegaram as algas Chegou o peixe Por favor não me deixe Sou guardião de almas Por favor não se queixe Meus afluentes São influentes Meus botos São cor-de-rosa Não faz aborto Índia teimosa Vi tanta matança Que minha água avança Brava como a onça Cega e não alcança Deságuo no mar Vi tanta maldade Que não consigo mais amar

Solta no bar Só tenho o ar Respiro Transpiro Anônimos, fascino

Ela aceita A ceita Me fale a receita Escrevo com cortes Escolhas e mortes Esperanças e sortes Eu quero o meu corpo Eu quero ser livre Nem que seja morto Eu quero ficar pra história Não sou a escória Sou apenas memórias Eu busco glórias Eu busco chaves Eu busco portas Estou na nave Nada importa

Me empresta seu calor Me faz viver o amor Me deixa ficar aqui Me espera pra dormir Me cobre com sua pele Seu corpo não repele A nossa sintonia Felicidade no dia a dia Me embebede com seus lábios Me faça esquecer os sábios Me desvirtua os conceitos Dorme aqui em meus peitos Me tira o ar Você, meu par

Eu não me importo Você me importa Eu me exporto Me exponho Me transponho Você me veste Você me vasta Você me beija Você me arrasta Você me tira Você me atira Da ponte Me desaponte Me deixa louca Me lava a louça Me põe na cama Me chama Que essa chama Não se apaga Não se apega Não me afaga Não se entrega Não me leva Me deixa Se queixa Me mexa

Você se foi tão de repente Queimou mais que água ardente Não consegui me despedir Eu não quis te ver partir Eu não quis aceitar o fim Eu vou matar você em mim São tantas memórias Tantas histórias Eu lembro de tudo Mas um dia eu mudo Um dia você fica mudo Um dia você percebe O que você fez O quanto isso pede Um drama profundo Um choro imundo De amor do avesso De coração com gesso Adeus, meu amor

              Sólido               Eu só lido            Com sol lindo              Só lhe dão              Solidão              Sou leão             Já lido, me dão             Sou livro então

Eu tiro a prova Eu acho justo Eu sou boa nova Eu me assusto

Sério Mistério Vida Banida Fadiga O malte da cerveja Só quero que seu ser veja O quanto a vida é vazia O quanto ela é cheia O quanto é complexa Você me recheia Você quem? Quem é você? Quem somos nós? A existência é um grande frasco Vazio e quebrado A existência é um asco É um mar parado O mundo é profundo Tem muitos conhecimentos Eu sou todo o sentimento Eu sou todo o momento Eu sou a tristeza Eu sou a beleza Eu sou esse poema De cabo A rabo

"Ah, moreno Você me faz tão bem Coração é pequeno Para tanto sentimento que tem Ah, moreno Você é tão especial Cuidadoso e sereno Perto de você sou sem sal Você cuida de mim Desculpe por ter sido assim Tudo vai melhorar Que saudades daquele olhar Nosso amor é eterno" - Para Gabiru 24/08/2014

O mundo  É imundo  Feliz é o surdo  Que não ouve o absurdo 

Minha angústia Me alimenta Essa acústica Sonolenta

Menino Por você me fascino Me alucino Te domino Meu destino Me acalma Minha'lma Minha fauna Meu peito é teu Desculpe a dor Não tenha rancor Eu sou tua De algum jeito Mesmo que não seja nua Amo-te Te machuquei tanto Foi muito pranto Não foi a intenção Só segui meu coração Eu te faço este poema Como prova de amor Você é o meu lema Para me curar da dor Abrigo Te ligo Eu choro Desmorono Eu oro É sonoro A nossa afeição Não fuja disso, Moreno Não negue seu coração

Essas roupas me prendem Eu um desnecessário pudor Essas pílulas me entendem Me permitem o calor Eu sou livre pra pele Eu sou livre pra corpo Eu sou livre pra fuder E eu grito se eu não for

Eu sou seu rosto Seu reflexo Eu sou seu gosto Beijo complexo Eu sou entrelinhas Agora te deixo sozinha Eu sou sua alma Eu tenho seu corpo Você não me acalma E eu já estou morto

Eu não quero mais palavras eufêmicas Eu sou feita de palavras polêmicas Eu não quero a vida pacata Mas eu não quero a vida injusta Me busca

Eu sou cada mendigo da calçada Eu sou cada criança abandonada Eu sou cada mulher violentada Eu sou todos os sofridos Eu sou os oprimidos Eu sinto cada censura Eu vejo a ditadura De classes São faces Esquecidas São fases Sofridas Eu sou o luto Eu ainda não luto Eu sou todo o sentimento do mundo.

As flores que eu te dei  Não valem o que amei  A chuva que eu levei  Não equivale ao que chorei  Eu chovo todo dia É tamanha a agonia Eu bato na sua cara Lembrando quando  A gente se amara Eu me ramifico  Eu me glorifico  Eu sou orgulhosa Mas te dei aquela rosa Eu não queria mais Ficar correndo atrás  Eu sou muito capaz Eu fui um dia  Alegria Hoje eu sou  Você

É só mudança Não amança Dança Cansa

Sentimento canalha Corta como navalha Egoísta Politeísta Eu traio Eu desmaio Eu machuco Eu enforco Te deixo maluco Eu aborto Sentimentos Momentos Eu sou canalha Comigo nada falha Eu não presto Eu só me empresto Só penso em mim Não era assim Eu me entrego Para minha pessoa Eu rejeito O ego ecoa Eu sou canalha Eu sou má, Eu sou batalha Eu ainda vou pagar

Te contesto Contexto  Eu protesto  Cabresto 

Eu não sei lidar Eu só sei lhe dar Eu não consigo entender Eu só sou boa em tender Para o meu lado Do seu lado O seu retrato Falado Você abstrato Amado

Eu queria ser o mar Imensidão salgada e violenta Eu queria ser o ar Que canta a solidão enquanto venta

Antes que eu desista Eu sou paulista Eu sou a pista Eu  vou à conquista Saio do meu ser Eu deixo de existir Vou espairecer Eu paro de sentir É tudo amor Eu sou amor Você é amor Somos amor Eu me desmancho Materialmente Eu sou um gancho Na minha mente

Eu sou fêmea Efêmera Alma gêmea Blasfêmia Eu sou pedaço Amasso Abraço Cansaço Eu sou o cúmulo O túmulo Acúmulo Eu sou a dança Criança Matança Cobrança

Eu queria te fazer um desenho Eu queria te engolir Eu queria dormir no seu peito Eu queria te sentir A sua pele quente O seu beijo ardente O seu sorriso lindo A gente indo e vindo Tapas e beijos Ódios e amores Proibido desejo São muitas as dores Eu sinto tanta a sua falta Eu queria que você sentisse a minha A ponto de voltar pra cá A ponto de ficar aqui

Eu não me entendo Eu só me estendo Eu não enfrento Eu só aproveito

Eu amo você Mais que tudo o que há nesse universo Eu amo você No seu cheiro o meu coração está imerso Eu amo você Em promessas e sonhos se afoga o meu peito Eu amo você Desculpa te deixar sem jeito Eu amo você... Desculpa dizer isso tantas vezes É que houve tanta coisa nesses últimos meses Eu tenho tanta coisa pra te contar A minha bagagem de utopias foi levada pelo mar Desculpe se às vezes eu sou rude Eu me irrito, mas não quero que você mude Eu gosto de você assim Espero que você goste de mim Eu não queria me despedir nessa carta Eu não vou querer nunca que você parta A vida me deu essa rasteira Mas fique tranquilo, eu não vou me jogar da beira Talvez você faça uma vitoriosa escolha Talvez você faça a escolha desejada Até alguém que me vê lendo a Folha Repara que eu só quero ser amada Eu queria amar sem medo Eu queria sair logo cedo E só voltar depois do crepúsculo Não ter um coração minúsculo Que não caiba viva alma Eu queria amar com calma Eu que

Eu não queria te amar tanto Atualmente, o motivo, o pranto No estômago, borboletas Na vida, pega varetas.

O ego grita Suscita Evita Agita

Me atrai como imã Você é minha sina E eu sou sua menina Fechado, corpo calado Misterioso Cheiroso Atrai meu olhar Gênio difícil Teu beijo é um míssil Me tira o ar

Atirou A tirou  A vida A bebida O sentir O mentir Moldou Mudou  Virou Suou Soou Um grito Aflito O mito, Se foi o maldito

Fala-se de nós Fala-se de você Fala-se do vizinho Fala quem tem voz Fala quem não é sozinho Fala-se de política Fala-se de novela Fala-se, fala-se Manifestação pacífica Do cara que está na cela Por que não falar do ato? Do que te faz de gato e sapato? Do sensível ou bruto toque? Do sexo fora do rock? O funk é voz O funk é vontade Não veio dos meus avós Veio da comunidade Então fale de fuder! De dar, chupar, meter! É mentira que a minha buceta é o poder? É feio falar do que se tem vontade de fazer? Então deixe-se ouvir o proibidão Uma fudida no chão Outra em cima da pia Chega de misoginia Sexofobia!!

Lixo ativo Lixo atrativo Lixo eu cativo Lixo, luxo Lixo complexo Lixo compLIXO Qual é o seu lixo? Qual é o seu nicho? Lata, papel ou plástico Nada é lixo Quando o pensamento é elástico Material reciclável Material mutável Nada se cria Tudo lá se via Nada se perde Tudo se reergue Tudo se transforma Participe da reforma

Dependo de mim Sou feliz assim Não caibo aqui Vou para o Mandaqui

Em um flash Me cego A vida é um trash Meu ego Paro e conserto Vejo um concerto Sou a odisseia Sou a ideia Vou à Galileia Corpo malhado Cabelo molhado Âmago amassado.

Gasto o gosto na minha boca No gesto lento dos seus lábios Gosto de sábios Penso na louca Vida boa Vida curta Vida soa O som da gruta Grita na selva Me salva da relva Loucura no corpo Me desmonto em um sopro

Com quantos erros Se faz um enterro? Qual verso Que diz o inverso? Ela se entrega Para integrar Se interaja Inteira já! Ela melhorou Ela me olhou Conquistou E aqui estou Ela declara De cara clara De pele escura Desestrutura Chegou de ataque Foi um baque Elástica Ela, fantástica Eletrostática Prática É ética Nada cética Ela é revelação Revela o perdão Releva a ação Coração Cor, ação Na mão

Na prateleira, o seu retrato e a cafeteira Na porta, você e uma torta Campainha toca Mas que surpresa! Pena que o jantar não está na mesa Entretanto, entre um tanto Trouxe uma flor? Mas que amor! Que mancha é esta? Você não presta! Não é nada disso? Tome um chá de sumiço! Deixar você explicar? Você vai me enrolar! Eu não quero mais te ver E nem quero mais saber Talvez nos finais de semanas Só se você trouxer mais tortas de bananas Combinado assim Eu não confio em você E você não confia em mim

As minhas memórias Vêm de glórias Vendem histórias Composta de vidas aleatórias Vendo ingresso Para verem meu progresso Para verem o congresso Para encerrar o processo Certo dia, alguém me falou Que eu poderia ser quem eu sou Me solto no palco, na caneta, na argila Passo a tinta na tela e entro na fila Espero a felicidade Até que percebo que ela é a fileira Que ela está na geladeira Que ela acaba com a saudade Eu espirro alegria Eu suspiro fantasia Eu cheiro folia" - Júlia Zocchi

"O dia está nublado Você está dublado E a gente não consegue se entender O quarto está quebrado Você está preparado E eu ainda não consigo te dizer Abro a janela Vejo que a vida é bela Você diz que não é novela Você realmente não consegue entender Subo as escadas Eu te tiro da tomada Passo a pomada E fica tudo bem Saio do forte Cicatrizo o corte E vou navegar para o além Eu não sei se sou forte Para suportar a morte Para me despedir de alguém Então me diz que vai ficar Ninguém vai ocupar o lugar Eu te peço por favor Eu sei que ainda há amor Passei a noite e o dia Fazendo cantaria Para você voltar E você ficou no seu lugar..." - Júlia Zocchi