Tenho aprendido a valorizar o que não é dito A sensação do subentendido A experiência de se sentir sem dizer Tenho aproveitado cada segundo Do que ainda não foi estragado Com a definição Tenho cultivado o sentir Ao invés do saber Tenho aproveitado isso Que surgiu entre eu e você Sem esperar Algo além Sem querer O que não se tem Sem se frustrar Com um possível desdém Do conceito Que só eu inventei Tenho aprendido a valorizar O que existe agora Ao invés de buscar O que está na hipótese Do que se adora
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Mostrando postagens de novembro, 2020
auto retrato daquilo que já fui
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Já fui armação completa Cena ensaiada e decorada Já fui orgulho puro. Incapaz de assumir erro Já fui avesso de narciso Incapaz de olhar pra mim Já fui âncora para os naufragados Já fui Porto para os necessitados Já fui escuridão Medo daquilo que não se tem na mão Já fui tolice pura Tudo escondido na armadura Já fui choro Cachoeira Já fui uma peça de teatro inteira Atriz, escritora e costureira Já fui a plateia da Beira Já fui a gorjeta da noite E fui a ausência do bonde Já fui o erro completo A falta de noção Já fiz também o correto Já acalmei coração Hoje sigo o caminho do meio Me perdoando no caminho Me deixando sem jeito E assumindo que às vezes é bom andar sozinho Sou aquilo indefinido Desajeitado no seu mais completo Sentido E sentindo como posso Vou encontrar meu abrigo