Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2021
Abracei uma foto nossa Como quem pede pro momento  Se eternizar  Pra além da lembrança  Eternizar a sensação de alegria Que sinto do seu lado  Leveza, confiança  Como se tudo pudesse estar acabado  Ainda teria esperança Acho tão curioso  Que eu sempre escrevo pra você  E não mostro  Se mostrar não tem graça  Se eu te mostrar a minha percepção sobre nós  Já não vai ser minha  Vai ser nossa  E jogar uma percepção  Pro outro  É esperar que o outro lide com tudo isso  E nem eu sei lidar com o que sinto por você 

24

Comecei o dia acordando mais cedo do que o normal. Saí de casa e andei pela cidade como se quisesse engoli-la. Acho que quis. Sempre quis engolir a cidade. É difícil dizer a forma como a cidade me afeta. E afeta.  Passei pelas ruas habituais que costumo passar ao sair de casa. Fui à Paulista. Comi um fast food com a vista privilegiada do cruzamento. As pessoas correndo, andando, conversando, rindo, se abraçando, vivendo na rua. No espaço público comum chamado avenida. Desci a Brigadeiro, tomando um Milk Shake de chocolate. Fumei um no parque. Vi o lago. O lago é bonito. Tem esse poder de ficar parado. E bonito. Diferente de mim que andei andei e andei, como se tentasse encontrar comigo mesma numa esquina. Numa brecha da rua.  Numa brecha do espaço em comum com o outro. Encontrar o Eu.  Usei o banheiro público. Ele estava em reforma e não tinha luz. Depois de mais de um ano usando banheiro privado, estar numa privada pública nunca foi tão simbólico. E cagar nela no escuro no banheiro em

17.09

Tentando entender  A minha própria dimensão  Efeito borboleta que não  Se percebe à luz natural  Tentando, finalmente Caber em mim  E Tentando entender que isso  Não é ruim  Enfrentando meus medos Aqueles que disseram que  O caminho não era possível  E a mim mesma que acreditei  Me enfraqueci Me enfrenta, amolece  Não mais  O jogo vai virar  Já está em percurso  Não desisto até lá  Sigo a todo custo 

Fresta

 Quando se abre a boca  A tampa A porta A fresta do desejo Tudo muda Tudo paralisa Tudo se estende Tudo estabiliza Ou não  Sai do eixo Estremece  Fecha o queixo  Se não engole O que não deve!  Deixa de ser medrosa Para de ser teimosa A vida tá aí  Tirando a prova Vendo se cê aguenta E agora, bem agora Vem perguntar se senta?  Ah, para Levanta Para de sonhar A realidade tá aí  Vê se vai pegar Vê se se adianta Tá muita coisa acontecendo E você brigando por planta Respira Faz  Envia E fala a verdade Sem medo  Sem baque Sem arrependimento Só ataque A vida que aguarde VAI! 
Penso  Denso  Suspenso Tudo o que vivi até então  Será que foi só ilusão?  Tudo aquilo que abrigou no coração  Será que só foi sinapse da situação? Tédio da imensidão  Falta do que fazer com a paixão  Trago de maldade criado por precaução  Modo de dizer ouvido de antemão  Passo rápido na contra mão  Será que foi em vão?  Tudo aquilo sentido no ralo  Esparramado no chão?  Tudo aquilo gastado  Despedaçado  Aberto em prontidão?  Toda a sinceridade posta à mesa Retirada logo depois da sobremesa Lambuzada, tamanha tristeza  Esquecida depois na baba da seda Queimada com as ideias  Boladas junto com as certezas 
Divago Pensamento Fumaça  Divago  Entre a terra E o espaço  Eu nado Vou em todos os lugares  Já habitados por meu cérebro Divago além do tempo  Possibilidades políticas  Divinas  Sem critério  Faço de conta que é natural  Me perder dentro de mim  Sem saber voltar pro caos Resolver meus problemas pra mim