Abracei uma foto nossa Como quem pede pro momento Se eternizar Pra além da lembrança Eternizar a sensação de alegria Que sinto do seu lado Leveza, confiança Como se tudo pudesse estar acabado Ainda teria esperança Acho tão curioso Que eu sempre escrevo pra você E não mostro Se mostrar não tem graça Se eu te mostrar a minha percepção sobre nós Já não vai ser minha Vai ser nossa E jogar uma percepção Pro outro É esperar que o outro lide com tudo isso E nem eu sei lidar com o que sinto por você
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Mostrando postagens de setembro, 2021
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Comecei o dia acordando mais cedo do que o normal. Saí de casa e andei pela cidade como se quisesse engoli-la. Acho que quis. Sempre quis engolir a cidade. É difícil dizer a forma como a cidade me afeta. E afeta. Passei pelas ruas habituais que costumo passar ao sair de casa. Fui à Paulista. Comi um fast food com a vista privilegiada do cruzamento. As pessoas correndo, andando, conversando, rindo, se abraçando, vivendo na rua. No espaço público comum chamado avenida. Desci a Brigadeiro, tomando um Milk Shake de chocolate. Fumei um no parque. Vi o lago. O lago é bonito. Tem esse poder de ficar parado. E bonito. Diferente de mim que andei andei e andei, como se tentasse encontrar comigo mesma numa esquina. Numa brecha da rua. Numa brecha do espaço em comum com o outro. Encontrar o Eu. Usei o banheiro público. Ele estava em reforma e não tinha luz. Depois de mais de um ano usando banheiro privado, estar numa privada pública nunca foi tão simbólico. E cagar nela no escuro no banheiro em
17.09
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Tentando entender A minha própria dimensão Efeito borboleta que não Se percebe à luz natural Tentando, finalmente Caber em mim E Tentando entender que isso Não é ruim Enfrentando meus medos Aqueles que disseram que O caminho não era possível E a mim mesma que acreditei Me enfraqueci Me enfrenta, amolece Não mais O jogo vai virar Já está em percurso Não desisto até lá Sigo a todo custo
Fresta
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Quando se abre a boca A tampa A porta A fresta do desejo Tudo muda Tudo paralisa Tudo se estende Tudo estabiliza Ou não Sai do eixo Estremece Fecha o queixo Se não engole O que não deve! Deixa de ser medrosa Para de ser teimosa A vida tá aí Tirando a prova Vendo se cê aguenta E agora, bem agora Vem perguntar se senta? Ah, para Levanta Para de sonhar A realidade tá aí Vê se vai pegar Vê se se adianta Tá muita coisa acontecendo E você brigando por planta Respira Faz Envia E fala a verdade Sem medo Sem baque Sem arrependimento Só ataque A vida que aguarde VAI!
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Penso Denso Suspenso Tudo o que vivi até então Será que foi só ilusão? Tudo aquilo que abrigou no coração Será que só foi sinapse da situação? Tédio da imensidão Falta do que fazer com a paixão Trago de maldade criado por precaução Modo de dizer ouvido de antemão Passo rápido na contra mão Será que foi em vão? Tudo aquilo sentido no ralo Esparramado no chão? Tudo aquilo gastado Despedaçado Aberto em prontidão? Toda a sinceridade posta à mesa Retirada logo depois da sobremesa Lambuzada, tamanha tristeza Esquecida depois na baba da seda Queimada com as ideias Boladas junto com as certezas