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Mostrando postagens de setembro 14, 2017

Homem do saco

Uma sala classe média Uma mulher classe média nervosa no sofá A campainha toca. Sua irmã classe média e seu Cunhado classe média tocam a campainha. Irmã - Chegamos! Cunhado - Chegamos! Mulher - Graças a Deus vocês chegaram!! Irmã - Sentiu nossa falta? Cunhado - A Manu deu muito trabalho? Mulher - De maneira alguma. Passamos um final de semana maravilhoso Irmã - Então pra que esse estado? Cunhado - A Manu e a Isa brigaram? Mulher - Imagina, foram maravilhosas Irmã - Você quer me falar alguma coisa? Mulher - Vamos jantar, preparei um jantar de boas vindas a vocês. Me contem, como foi a viagem? Cunhado - As meninas não vem? Mulher - Ja jantaram. Estão no quarto vendo tv Irmã - Vou dar um beijinho naquelas princesas Mulher - NÃO Irmã - Que está acontecendo? Mulher - O jantar vai esfriar Cunhado - Vem querida, estou morto de fome. Eles comem em silencio Irmã - Gramado é lindíssimo, você tem que conhecer. Não é meu bem? Cunhad

Carcaça

Há muito tempo Que não habito mais em mim Eu me tornei uma carcaça Feita de beleza e fim Há muito tempo que não sei onde estou Não sei o que sou Não sei como vou Virei uma pessoa cética Perdi completamente minha poética Perdi peso Ganhei deveres O farol aceso Enquanto passam os seres E eu fico

Ely

De alguma forma eu me vi naquela mulher. Embreagada de medicação para sedar-se do fracasso. Sem comer para limpar-se dos defeitos. Conversando com pessoas aleatórias, dizendo sobre sua trajetória enquanto diz coisas sem nexo. Aparentemente. Apenas aparentemente. Porque ela expôs, dentro de conversas confusas a confusão que era sua vida. Havia um vazio que a habitava. Talvez eu até a tenha achado inconveniente nas primeiras palavras. Mas depois me vi por completo. Não poderia deixar o espelho ir embora. Eu preciso acreditar que está tudo bem Eu preciso acreditar que está tudo bem Eu preciso acreditar que está tudo bem Eu preciso acreditar que está tudo bem Vida longa às mulheres