Postagens

Mostrando postagens de julho, 2021
Tenho, nas minhas pausas de trabalho, aproveitado pra escrever. Não que eu saiba, na verdade, o que quero escrever. É que é nas pausas que a gente percebe o vazio, sabe. O vazio que tem na gente. E aí a gente usa a pausa pra preencher o vazio com redes sociais, conversando com alguém que você acha  que tá afim etc etc. A real é que a gente não tá afim de ninguém. E nem quer mexer em redes sociais. Então tenho me proposto a preencher esse vazio escrevendo.  A real é que nunca foi sobre estar afim de alguém  Mas sim sobre eu usar um interesse Por outra pessoa Para sabotar minhas obrigações NÃO Não vai acontecer de novo  SENTIR QUANDO ESTÁ SE EXCEDENDO  RESPEITAR O SILÊNCIO DO OUTRO IR FAZER OUTRA COISA  NÃO INSITIR  Aos poucos tenho percebido os sinais E tenho tentado ficar bem  Ainda vacilo, confesso  Mas to tentando  Não vou mais mandar pra ele coisa desnecessária. Por hora falar apenas sobre trabalho. Não mudar comportamento, nem fazer jogo. Apenas evitar se exceder, e estragar tudo..

pedra

Aos poucos acho que estou conseguindo  Mover de forma lenta  Esta pedra gigante  Que eu instaurei no coração  Aos poucos estou vendo  Outras possibilidades De vivência  Interpretação  Da experiência  Que antes era tudo  E agora virou parte  Do todo que compõe  Meu ser em expansão  Registro minha aflição Meu erro Em composição  Me observo empenando Quase tombando para o lado  De tanta pena e esforço acumulado  Para escapar do vazio que é perceber  Estar no mundo  Estilhaçado  Sem propósito  Dói né  Perceber que o mundo não nos deve E no final ninguém se importa  Mas isso é combustível Pra viver sem culpa Só com anedota 

Moinho

Remoer  Remoer  Remoer Até o sentimento virar pó  Até virar matéria de outro lugar  Até virar opção de espaço  Fala e olhar  Remoer  Até ressignificar Até fincar  Até ressignifincar o sentimento Moído Dilacerado  Remoer  Até virar água Choro Mágua  E gozo Depois que se remoe Se extrai o que corrói  Depois que se remoe  Se faz de doida Reconstrói  Depois que se rumina  Grita tipo crazy  Faz tua sina  Remoe  Remoe e moe Em mim  Esse sentimento que não tem fim Acaba comigo  E faz de abrigo Minhas paranoias Que se vão no mar  E voltam em bóias Não consigo afogar São como jóias  De papelão  Foi tipo isso Que aconteceu com o coração Se juntou com tudo  Com a tripa Com a dor do mundo  E foi moído  No meio de tudo  Tá decidido  Virei escudo  Tá tudo partido  E recluso  Em mim.
Peço desculpas a todas as pessoas que magoei um dia  O pior de magoar alguém é magoar sem saber Ou pior Achando que está certa  Dói no pós Quando a gente percebe que  Também teve responsabilidade  Que as coisas aconteceram assim, meio confusas Como sempre são pra mim 

Telemarketing

Gosto de estar esperando uma ligação  E cair no engano  De todas as ligações que faço no dia  As que são engano são as que mais gosto  Principalmente aquelas em que o engano  É a voz de uma senhora  Que imagino logo na cozinha lavando os pratos Fazendo comida pros netos Eu gosto desses enganos Esbarrar com vozes aleatórias Que não ficam ao ponto de se formar Identidade São vinte segundos no máximo  Em que se fala "foi engano"  E depois se perde por toda a tarde Num mar de cabos óticos e ligações Sonoras Que me embalam no mundo íntimo Da senhora

O dia seguinte

O dia seguinte pós liberdade está sendo esquisito  Ainda me sinto cansada, sem energia. Como se houvesse algo sugando tudo aqui  Minha energia, auto estima, amor próprio.  Como pode nossas palavras terem tanta força  Ao ponto de virar um ser próprio  Ser este que em mãos erradas podem se virar contra você  Podem fazer você se sentir pequena Pequena por ter criado algo tão grande Algo tão forte Eu sei  Fizeram você se sentir culpada por ter criado algo  Revolucionário  Pro mundo? Talvez um dia Mas revolucionário para você mesma Para quem você é  E pior ainda Foi o seu erro de permitir Permitir que as pessoas fizessem isso  Com você Seu trabalho  Sua história  Sua vida Achar que elas tinham direito Alimentar este ego Alimentar este conceito Tão errado Sobre sua própria obra Se erga, mulher! Olhe pra o que você criou Sinta aquilo que te motivou A escrever Se lembre de quem você era Antes de tudo isso Se lembre de onde você estava E quem você queria ser Seja forte Se imponha E nunca mais d
Tenho tanto medo  De ser injusta com as pessoas  Que acabo sendo injusta comigo mesma  E quando imponho alguma vontade  É sempre no momento errado Em um momento em que eu serei  Sacana Egoísta  Injusta Eu só queria ser livre pra fazer o que eu quiser.