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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Tempo

Tempo Ele que dita Sua moral Seu sinal Sua verdade Ele que dita Sua vontade Ele que dita Sua punição Sua munição Seu perdão Ele que dita Seu costume O estrume Da sociedade Ele que dita A beleza da cidade O que é bonito O que é bendito O que é sagrado O que é parado Tempo Se você está à frente Sinto muito És doente

Sentimento banal

Eu queria Eu poderia Gritar Espernear Chorar Implorar Atenção Como dói Meu coração Como dói Sofrer em vão Eu poderia Fazer um escândalo Dor da periferia Meu coração é vândalo Mas de nada adianta Ninguém me ouve Meu âmago canta Ninguém se envolve Ninguém se espanta É tão banal Ninguém quer saber Sentimento viral Me tem o poder

Vontades

Quero um seio Pra chorar Sem anseio De acabar Quero companhia Pra sorrir No dia a dia Não ver partir Quero amigo Para rir e chorar Comigo Para cair e levantar Quero cigarros Para queimar Quero alguns sarros Para rir e tirar

Carapaça

Ela dizia "Sou fria" Mas sofria

Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças

A gente se amou demais De repente acabou Não sei do que sou capaz Acho que o sangramento parou Cada vez mais distante Eu e você Eu e você Cada vez menos fascinante Você e eu Você e eu As cores não são mais vivas A memória está fraca As lembranças não são ativas Eu atravessei a vidraça Eu já fui mais sensitiva Está sumindo Está tudo desaparecendo Eu queria estar dormindo Mas estaria me escondendo Acabou Boa sorte Já chegou A nossa morte Quem sabe um dia volte? É melhor não pensar Quem sabe um dia eu solte? Eu vou me libertar.

A chuva dentro de mim

Essa instabilidade que me consome Essa incerteza que me move Que me para E choro Desmancho Desmorono Como nuvem Que chove e desaparece

Saudade

Eu me afogo em tédio e solidão Pensando em como meu coração Está em cacos Foi tudo para o saco Em um piscar de olhos De repente Acabou De repente Se foi o amor Como eu sinto saudades de você Como eu sinto saudades de nós Mas acho que não fiz por merecer Nem o tom da sua voz Como meu grito é sincero Ninguém ouve, eu espero Ninguém sabe o que eu sinto Eu acelerei e estou sem cinto Acabou um ciclo Se fechou uma fase Eu não desfiz o vínculo É preciso coragem Que eu faço sem você? Que eu faço sem teus braços? Quem me consola? Quem me adora?

O canto

No meu quarto tinha um canto Em que se ouvia um outro canto Dizia coisas que libertavam Dizia coisas que amavam Mas nada é eterno Nem seu sentimento terno A gente acha que é sem tempo Mas é muito pouco tempo O tempo é invenção do homem Este não sabe o que constrói O que te dói O que consome  - Com a ajuda e inspiração de Jão Salvador.

Poeminha da madrugada

Eu me esvaio Eu desmaio Eu vaio Desde maio Não te sinto Não te vejo Estou sem cinto Não prevejo O que acontece Me apetece Me aquece Eu me destraio Eu não te traio Eu só me saio Bem na fita Tem dias que se acredita Que está tudo bem Respeito é pra quem tem Tenho nada Desmaiada Ninguém Sai.

Futuro Inventado

Tem dias que você não existe Tem dias em que meu ser desiste De nós dois Deixo pra depois O que não vai acontecer Futuro inventado É o que eu tenho a dizer Eu desisto Eu petisco Eu arrisco O que não tenho Eu aposto O que não ganho Eu gosto Mas não apanho Meu futuro é inventado Nada vai acontecer Meu caminho é lado a lado Com o seu anoitecer Meu futuro é inseguro Precisa de atenção Meu caminho é muro a muro Com a indecisão Nada me para Nada me faz desistir De sonhar com algo Que não vai existir Eu me engano Eu dou um jeito E levo ano após ano Qualquer casa eu me ajeito Eu sigo em frente Mas pensando naquilo Eu voto pra presidente No meu próprio vacilo Por que sou tão errada? Porque não faço direito Por que sou tão calada? Porque não sei a respeito Do meu futuro Da minha vida Ela segue com furo Eu sigo com a liga Meu futuro é inventado Meu destino é calado Tudo é mistério Pra quem nada

Você ri no espelho e reflete seu caráter

Qual é o seu riso? Do que você acha graça? Qual é seu paraíso? O que você diz na praça? Por que achas que pode dizer o que quer Sem sofrer a fúria de uma mulher? Que luta pela liberdade Que luta pela igualdade Se não podes matar alguém Por que achas que pode Jogar minha luta para o além? Por que me calas? Por que não pensa no que falas? Por que falas o que vende E não o que tu compreende Que é digno É o mínimo Que faz por nós Oprimidos sem voz Respeite e logo após Desconstrua-se Você ri no espelho E reflete seu caráter Você ri pro mundo Ele te devolve um conjunto De conceitos e pensamentos As palavras têm força E sua boca é uma arma