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Mostrando postagens de abril, 2017

A eterna busca da cura. Querer entender a existência da dor.

Mais um dia em que essa dor aparece Essa angústia que me paralisa Todos os dias escuto "você não merece" Todos os dias não consigo ser precisa Todos esses poemas Todos os choros Todos os gritos Na tentativa de explicar que o problema Não é eu me envolver com alguém Isso é só um gatilho para todo um dilema Que é lidar com o meu eu e ir além Eu tenho medo Eu não sei sobre mim Achas que é muito cedo Mas não sei se sou assim Entende? É como se eu convivesse com uma desconhecida Diariamente É como se eu andasse por aí perdida Permanentemente A primeira vista sei o que sou Atraente, simpática, envolvente Mas depois que começa a me ler percebe que vou Por um labirinto escuro, me perco na mente Quer vir comigo?

Dor

Tem um grito em meu peito Que não consegue sair É como se eu fosse um sujeito Indeterminado, não sabe pra onde ir Sou como uma oração Subordinada aos seus adjetivos Sou inteira solidão Esperando por seus avisos Não consigo te desvendar Isso me tira o sono Eu queria um pouco de ar Mas sou abafada por um choro Seco Sai em palavras Sinto coisas indescritíveis Com você, por você Eu só queria saber até quais níveis Nós vamos proceder O poema deveria acabar agora Mas o nó ainda não desfez Às vezes minha mente me apavora Pensam que é porque é você o da vez Mas não Toda essa angústia que me rodeia É resultado de golpeadas constantes Eu sou espancada pela consciência Que me impede de ir adiante Que faço para parar de gritar? Sendo que nem barulho faço para incomodar Que faço para que você possa me ver Sem sentir pena e sem temer? Eu sou uma máquina de palavras Que tentam descrever a angústia De existir Eu queria ser uma máquina de bravura Que me fize

Eu sou o fardo que o mundo criou em mim.

O mundo deixa a gente insegura O mundo deixa a gente triste Pisoteiam no nosso ego Nos destroem Para depois nos relacionarmos com pessoas Que não conseguem lidar com nossa história Que não entendem nossas inseguranças E nos deixam por não quererem carregar o fardo De levar uma sociedade nas costas

Posfácio

O melhor momento do sexo É o depois Aquele instante desconexo Em que ficamos só nós dois Nus Desprendidos de tudo Crus O resto do mundo fica mudo Meus olhos invadem os seus Como seu pênis invadiu minha vagina E eu fico pensando que se existe Deus Ele inventou esse momento Para ser no mínimo a aspirina De um mundo com tanto tormento Eu te tocava para desvendar Se você era real ou ia sumir no ar Eu te ouvia para conseguir entender O que aconteceu entre eu e você Durante aquele entardecer Seu toque foi a confirmação da vida Naquele momento encontrei sentido Meu corpo inteiro e minha alma envolvida Pelo mais valioso tecido Você.