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Mostrando postagens de dezembro, 2014

Margarida

Uma flor tão delicada Bonita e iluminada Uma mãe tão dedicada Forte e determinada Se atacam seus filhos Vira bicho Se mudam seus trilhos Se sente um lixo Mas se até no lixão nasce flor Como pode essa luz se apagar? Nunca se apaga Até quando não se tem nada Dá-se um jeito de fazer feliz A cria, a vida Linda, corajosa Companheira e amorosa Não se esconde nada dela Não precisa ter medo Você será entendido por ela E ainda ganha um abraço logo cedo Margarida, Margarida, Por que choras assim? Não sabe que sou louca por ti? Não sabe que sou grata por tudo? De que tens medo? Do futuro? Perdoe seu passado Siga em frente Vou estar sempre ao seu lado Não importa o que eu enfrente. Para minha mãe, Margarida Andrade - minha guerreira, meu exemplo, meu tudo.

Anagrama Libertador

A Diva Vadia Vá, dia Não vazia

Crônica de uma amante poética

Não vivo. Não vivo mais. Só pairo pela terra esperando uma resposta. Espero uma luz, um rumo, uma razão para correr atrás. Atrás da felicidade que um dia foi você. Não escovo mais os dentes, não tomo mais banho, não leio mais meu livro, não há mais sorriso. A maconha me relaxa, a bebida me deixa tonta. Mas nada me faz esquecer de você. Nada me faz parar de querer num paradoxo infinito, te beijar e te matar. Te empurrar da escada e cuidar de você. Te queimar com meu cigarro e dizer que te amo. Eu nem sei se ainda te amo. Nem sei quem é você, que rosto é esse?

O rio

Eu sou um rio Desapareço no frio Sou doce e vadio Não sou mais vazio Chegaram as algas Chegou o peixe Por favor não me deixe Sou guardião de almas Por favor não se queixe Meus afluentes São influentes Meus botos São cor-de-rosa Não faz aborto Índia teimosa Vi tanta matança Que minha água avança Brava como a onça Cega e não alcança Deságuo no mar Vi tanta maldade Que não consigo mais amar

A poeta bêbada

Solta no bar Só tenho o ar Respiro Transpiro Anônimos, fascino

Achados de devaneios antigos

Ela aceita A ceita Me fale a receita Escrevo com cortes Escolhas e mortes Esperanças e sortes Eu quero o meu corpo Eu quero ser livre Nem que seja morto Eu quero ficar pra história Não sou a escória Sou apenas memórias Eu busco glórias Eu busco chaves Eu busco portas Estou na nave Nada importa

Achados de um amor antigo

Me empresta seu calor Me faz viver o amor Me deixa ficar aqui Me espera pra dormir Me cobre com sua pele Seu corpo não repele A nossa sintonia Felicidade no dia a dia Me embebede com seus lábios Me faça esquecer os sábios Me desvirtua os conceitos Dorme aqui em meus peitos Me tira o ar Você, meu par

Casos de um amor qualquer

Eu não me importo Você me importa Eu me exporto Me exponho Me transponho Você me veste Você me vasta Você me beija Você me arrasta Você me tira Você me atira Da ponte Me desaponte Me deixa louca Me lava a louça Me põe na cama Me chama Que essa chama Não se apaga Não se apega Não me afaga Não se entrega Não me leva Me deixa Se queixa Me mexa

The End.

Você se foi tão de repente Queimou mais que água ardente Não consegui me despedir Eu não quis te ver partir Eu não quis aceitar o fim Eu vou matar você em mim São tantas memórias Tantas histórias Eu lembro de tudo Mas um dia eu mudo Um dia você fica mudo Um dia você percebe O que você fez O quanto isso pede Um drama profundo Um choro imundo De amor do avesso De coração com gesso Adeus, meu amor