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Mostrando postagens de 2022
 Aos pouquinhos Vou me entendendo  Na contramão do mundo  Vou me encaixando às esquinas Me adaptando à situação  Superando meu medo maior De ser eu  E ser voz Pra tudo aquilo que anseio Ontem disse tudo o que havia em meu seio  E saiu de mim uma tonelada de coração  É bom encontrar pessoas divinas Que não te fazem sentir pequenas  Apenas alheias à situação  Mas acho que não sou mais menina Pra achar que a questão  É ser vítima daquilo que escolhi  Me coloco sempre nos mesmos labirintos Esquinas adaptadas aos sentidos  Ciclos viciosos fantasiados de novos caminhos Mas percebo tudo e anoto no caderninho  Do peito  Tentando me dar ao respeito Tentando não ser desse jeito E me amar apesar dos despeitos 
 Acho que me perdi no seu afeto Criei outro dialeto Até que tentei comer quieto  Mas to aqui deitada De peito ereto  Tentando entender Onde é que vai chegar Essa história d'eu com você Para e pensa um pouco  Acho que essa conta não fecha Você, casado, dois empregos Cupido foi certeiro na flecha Gato, cachorro e horta Vida tranquila, nada mais importa Eu, toda solta Trabalho, faculdade Traumas e dificuldades Labirintos imersivos Às vezes não facultativos Que horas o encontro vai ser um  Compromisso?  Tá ficando omisso O que sinto O que vejo  Sei que tem tudo isso De beijo ou não beijo Ninguém disse que ia ser fácil  Amar sem prender Mas quando é que você vai se soltar Será que vai se envolver?  Questões que não sei se quero Ser coadjuvante nem protagonista Quero coisa leve que me leve avante  Até o horizonte, a perder de vista

conversa com o destino

O destino tem falado comigo  cara a cara todos os dias à noite. Tem olhar frio mas não tem rosto. Tem uma capa longa que cobre toda a verdade que eu poderia saber.  Me diz no pé do ouvido que preciso confiar e continuar. Sem desanimar nem um pouco. Mas que mereço descansar.  Eu digo a ele que meus erros me afligem. Não sei se são passíveis de perdão.  Ele me diz que minha estrada depende disso. Que só conseguiria atravessar uma ponte se tivesse tropeçado num galho antes. Eu digo que o galho foi bem grande, desses que era impossível não ver. Não me conformo que não vi.  Ele diz que se eu continuar olhando pra trás a procura do galho, vou tropeçar novamente, vou cair da ponte. 
Não conto a data do meu aniversário  A ninguém  Para não correr o risco de esquecerem  Sussurro minhas prioridades Para elas serem só minhas  E não se espalhar por outros seres Me olho no espelho nua  Como quem fosse ao julgamento  Entendo o conceito  É a caminhada. Eu lamento  E tudo volta pro eixo Nada nunca estará no lugar  Isso consola? Me isola  Mas me faz ter mais coragem  Pra ser quem sou  Independente da qualidade É por onde vou  Tentando ser melhor Parando no caminho pra escutar O que não sei de cor Fazendo desenho na estrada Pedindo água e limonada  Pra mim mesma Priorizando estar de pé  Ao ter companhia na mesa

drink

Escrevi pra ti uma carta  Te dando um fora Só pra você saber como é  Sair na hora Em que sente que o barco  Vai embora É difícil perceber o rumo das sensações Como dessas maneiras de se reter emoções  Mas de forma genuína, apenas seguindo intuições  Que dizem "você já viu esse filme, quer pular pro letreiro final?"  Mas dessa vez quero ir embora  Antes do primeiro sinal  A metafísica há de explicar  Essa relação corpo alma Complicado pensar  Porque quando o corpo fala É difícil achar a calma  Dentro de tanto desejo que cala A voz da razão e da pausa De absorção afetiva Só queimo a sativa Entrego a saliva Como se fosse um drink  Devolve minha vida Que cê pegou nesse beijo  Tipo Ana Sorokin 
Vou dar um fora nesse boy Antes que me encontre em maus lençóis Antes que amanheça às sós  Eu, meu corpo e os pensamentos em caracóis  Aprendi a ler os sinais Talvez agora tenha mais paz Talvez seja diferente do que foram meus pais  Talvez fique mais tranquila por trás  Dos panos Sem fazer planos Sem ledos enganos  Formados por excesso de pensamento  Fomento mundano  De cogitar conto de fada   No cotidiano, coitada  Tanta expectativa criada Pra no final você saber como é a linha de chegada Sofrida, solitária, moída Tá na hora de mudar a jornada 

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Angústias enclausuradas  Erros do passado são como Fantasmas  Que retornam pra nos assombrar Desenho pra tentar desestressar  Escrevo pra tentar entender Não sei se consigo lidar  Com minhas contradições de ser Eu  Apenas eu  Como um trapo molhado No meio do breu  Esperando um pé com meia Para fazer piso, para dizer que já deu  Para fazer inferno no céu  Para ser amarga e mel  Não entendo meu proceder  Se não sei explicar  Como vão entender? Como vão me querer  Como vão perdoar  Como vou me perdoar Por aquilo que deixei passar?

onda

Imersão na rejeição  Fico tranquila na contramão  Inalando a fumaça enquanto  O carro passa a milhão  Tudo borrado no vidro  E no coração  O som no máximo  Acredito ser a última vez De novo perdi o compasso  De novo me perdi no talvez Influência que me traz pra baixo  Não permito  Atualmente meu novo eu  Reaje  Não faço a vítima, demito  De mim mesmo As células que me atrasam  Parece mau gosto mas é só  Carência  Me perco em todo o cenário montado 
Andar sozinha Perceber as pegadas  Alheias Se sentir sob trincheiras De mágoas, inseguranças e desejos São tantas as habilidades  Possibilidades  Vontades Em um único beijo  Por que é tão difícil Vivenciar  Amar  Seguir com cortejo?  Ter paciência  Com a ciência  Da malícia e malemolência  Tranquilidade para ser só  Acompanhada  Tenho medo da partida Logo depois da chegada Meto o pé pelas mãos.  As costas pelos peitos  As tripas pelo coração sem jeito . Perdida no meu próprio conceito 
 Há um vazio dentro de mim Que só se preenche com solidão Há um barulho na minha cabeça Que só acaba no silêncio do espaço  Do tempo  Da companhia de mim mesma Tenho tentado voltar a me relacionar De forma romântica Acho que não sei lidar  Acho que fico ansiosa demais Sem saber o que fazer  Como lidar Como sentir Como deixar fluir Dói saber que errei Dói saber que já fui Mas voltei Na ideia de completude Como que pode Ter atração  Com plenitude?  Não sei responder Sempre que minhas pernas Bambeiam Instaura-se em mim  Um corpo de bombeiros Que de um lado pro outro corre Com mangueiras Enquanto o fogo se implode nas trincheiras Complicado Explicar o que se passa num coração tão calado  Faço de conta que esse é meu legado  Sair de fininho do peito apertado  Entrar de mergulho no próximo fardo Quando conseguirei quebrar esse ciclo?  Quando poderei sentir sem conflito?  Quando conseguirei ser sozinha à dois, sem compromisso?  Será que dou conta daquilo que eu mesma crio e atiço? 
Enquanto ele lia Um texto meu  Olhei pro céu E agradeci  Por tudo estar  No seu devido lugar 
Caminho perigoso é esse que me encontro Sonho contigo quando quero esquecer Difícil lidar com todos esses escombros Passei muito tempo fingindo não conhecer Muito medo de nunca entender Se o que eu sinto é imaginário Ou tem fundamento  Muito medo de ser verdade Você com a reciprocidade no armário Eu no relento  Assumir que não quero ninguém  É assumir que te amo  Assumir que não acredito mais no amor É dizer que procuro em outros O que tive contigo  Acho que não quero mais fugir Sentei num banco à beira de estrada e chorei muito, até entender que tudo passa Menos você  E o ônibus daquele ponto  Segui caminhando descalça no asfalto quente Acho que consigo imaginar um copo d'água na língua Mas sua boca não mais  Por mais que eu sonhe  E, acredite, é tão real  É tão estupidamente real Você me beijando e me dizendo  "Eu sempre te amei e ainda te amo"  E eu acordando sem ar Menstruada Com a cabeça fixada  Por dias seguintes  Em você  Simplesmente desisti de esquecer
sinto muito a sua falta acho que não consigo lidar com isso às vezes um bloqueio  às vezes um áudio torpe às vezes uma mensagem tosca só sei que lembro de você todo o tempo te sinto em meu corpo sinto sua pele comigo faço teu cheiro de abrigo meu amor, por favor sei que sempre fomos bons amigos mas quero ser mais que isso se for pra for menos acho que não consigo se for pra te esquecer prefiro seguir comigo  e mais ninguém 

ode às mulheres

Então,  É pra isso que servem os sentidos? Para falar, desejar, almejar e sonhar  Com aquele que será seu marido?  Pra isso que serve a locomoção?  Para servir, lavar, cuidar, estender e passar? Sem ninguém pra te estender a mão?  Quantas possibilidades  Contidas em paredes  Quanta potência  Reduzidas à sede De afeto do parceiro Virando apenas a sombra  De um corpo terceiro 
 Saudades absurdas Sinto você em meu corpo 
 Tem certas coisas que acontecem que fazem a gente perceber que estamos vivos e envelhecendo. Duas das lições que o Budismo nos trás.  Vá em paz, Breno.  Figura singular que fez parte da minha adolescência.  Acho que precisamos perdoar aqueles que erraram.  E também entender que não somos melhores do que ninguém só porque não cometemos exatamente os mesmos erros daqueles que repugnamos.  Você veio falar comigo no sábado. E eu nem podia imaginar a dor que você tava sentindo.  Juro que pensei em te dar um corte, um "chega pra lá", uma situada porque achei folga sua você sugerir o que tinha sugerido  Mas decidi responder com amor e educação.  No final a conversa não desenrolou, ficou sem fim  Mal podia imaginar que menos de uma semana depois você não estaria mais aqui.  Vá em paz, te envio todo o meu amor.  Cada dia mais aprendo que a chave é o amor. Independente de quem, a chave sempre será o amor. 
Conto os dias e as horas  Pra sentir teus lábios  Os meus se umidecem só de olhar  Com você me sinto em casa É fato O nosso tato Me tira de órbita  Me amolece  Me deixa em brasa Só de pensar Amor miúdo  Que vem do mundo  Traz consigo dor E rancor vagabundo  Se instala no mudo Ao som do surdo E de repente  Somos dois em um  No breu da noite quente
É preciso mudar o código genético do ódio. Trazer amor aos desajustados. Tirar o sentimento de falta e substitui-lo pelo sentimento de liberdade. Aquilo que não me ocupa o espaço não me deixa um vazio, mas torna-me livre para ser preenchida e transbordada por outras possibilidades. Há pessoas que acham bonito o amor eterno. Daqueles que se luta muito para ter. A delícia que vem com a conquista. Acho que não. Eterno é algo tão distante, nem nós conseguimos mencionar. Gosto do efêmero. Daquilo que se aproveita no momento presente e sabe-se que vai durar. Bonito. Coisa que da vontade de guardar dentro do coração esburacado. Mas escorrega demais, derrama por tudo: estômago, pulmão, cérebro e mãos. É muita coisa pra dizer que se transformou de repente. Nesse momento nem sei mais se falo do ódio ou do amor. Acho que os dois andam tão juntos que é difícil diferenciar. Cada um vê a faceta que quer. É preciso metamorfosear o ódio/amor. Pode ser substituído pelo tédio. Sentimento proeminente e t
Pensamentos obsessivos em você Acho que nos obcecamos por aquilo que não podemos ter  Tenho tido dias montanhosos  Me sinto no topo e no chão em poucos minutos  Eu só quero que passe logo Que você vá embora do meu coração  Ou fique na minha vida É verdade, eu amo você Mas não confio com quem andas E aí é difícil definir quem tu és 
Espera Suspensão do espaço tempo  Entre um acontecimento e outro  Aquele momento que não existe  Enquanto não se finda o que se quer  Espera A coisa mais real que se pode acontecer Enquanto não chega o momento exato De executar o que pensa ou deseja  Planeja  Planilhas e checklists para se viver o futuro Senhas e bancos para esperar sua vez Tentando enxergar além do muro  Quero ser rainha, mas sou peão nesse xadrez  Só na primeira jogada é que posso saltar duas e ficar na casa três  E mesmo assim preciso esperar até o momento de jogar outra vez Respira; inspira.  A mensagem não vai chegar  A mensagem é o próprio silêncio Chega de esperar  Viver se lamentando no relento Agora é seguir em frente Andar sem olhar pra trás Na própria espera da vida Vivo e entendo mais 
 To morrendo de saudades de você Mas não te espero mais Tento seguir e se o universo quiser Eu sei que vou te encontrar de novo  Te gosto tanto que nem sabia  Acho que é o mal desse amor que vem  Aos pouquinhos E vai se instalando no corpo todo da gente Coração Cérebro  Ombro  Olhos Boca Orelha  Gosto tanto da sua risada Do seu sorriso  Mas mal me lembro da sua voz Sei que você também tá sentindo minha falta Mas por algum motivo não tá aparecendo E eu seguindo  Vou ficando por aqui  To feliz, não vou negar Animada também Com meu futuro  Mas do seu lado ia ser mais gostoso Por que a gente sempre torceu pelo outro né?  E sempre amei tanto isso  Amar você antes de amar você, sabe? 
Tantas coisas me faltam E ainda assim sou capaz de celebrar O que me sobra Tantas vezes achei que era  A escória do mundo Até entender que o mundo inteiro Habita em mim  Inclusive as sete maravilhas As águas profundas E as paisagens mais lindas Os sentimentos mais puros  E sinceros  Que insisto em dar para outra pessoa Se não a mim mesma Às vezes me pergunto onde estavam  Meus pensamentos Quando deles fugia Me envolvendo com quem não devia Quando fumava o pior da planta  Que insistia porque insistia  Que era a solução  Pra vida tão vazia  Acho   que aceitar o vazio da vida  É um processo libertador Ajuda a abraçar a dor E com isso vem toda a felicidade Escondida em tanto rancor  Quando eu tinha medo de ficar sozinha Estava na verdade fugindo da parte mais divertida De se viver Sem a preocupação de agradar  Ou se deixar merecer  Um silêncio profundo Da falta de assunto  Da dor do mundo  Da aceitação do absurdo  Quem disse que a vida tem escrúpulo? 

obrigada

Sou grata a tudo de bom que vem acontecendo na minha vida Sou grata às coisas que me fazem sofrer pois sei que com elas hei de aprender algo  Sou grata a toda a abundância presente no meu dia a dia À comida que como diariamente  À água que me é fornecida  Ao teto em que durmo em segurança  À minha família que também está no caminho da prosperidade À faculdade em que fui aceita Aos amigos que tenho e que me acolhem  Os antigos e os que estão chegando agora Ao meu estágio que me da a oportunidade de crescer e me relacionar  A mais um dia de vida Aos amores que não deram certo porque não eram pra mim  E que me fazem aprender o que preciso melhorar  Aos relacionamentos do meu passado  E os do meu presente também  Que me levarão a um futuro melhor e mais maduro  Agradeço a tudo aquilo que um dia chorei e tive raiva do mundo  Pois isso me faz reconhecer a felicidade que existe na minha vida Aos amigos que no passado me fizeram feliz mas hoje em dia não cabem mais em minha vida E todos aquele

Chauffer

Te escrevo  Pra não te assustar Não sobrecarregar os sentidos Quando sua presença se encontra Com a minha O cantar dos sinos chega aos ouvidos Assisto coisas aleatórias na tevê Só pra não ter vontade de chamar você Só pra aumentar a saudade de te ver E pra tentar deixar o beijo mais chauffer Tem coisas Que não se dizem  Pra não perder a sensação  Toda vez que te toco Sinto tremer a emoção Chega a ser estranho, inusitado Transmutar tudo em algoritmo Código de letras que dá ritmo  E depois me sinto com mais vontade De te mostrar o resultado   Me diz, meu amor Enquanto me passa o baseado  Será mesmo que tudo é baseado Futuro, presente, todos dependentes de um passado?  Será que não dá pra reinventar essa palavra Será que a gente não pode ser namorado? 

ATRAVESSAMENTO

ATRAVESSAMENTO  Às vezes Uma avenida movimentada Com o farol principal quebrado  Às vezes  Um caco de vidro  Atravessado pela metade No calcanhar Às vezes O caule da flor mais linda Que sai da raiz  E atravessa a terra Às vezes um cão Latindo na grade Chorando  E com muita vontade De morder  Alguém andando  Gosto quando o sol está se pondo e o céu fica laranja e rosa, apesar de ser poluição  Gosto da lua na minha janela ao dormir, peço a ela proteção  Gosto de andar na cidade à luz do dia, mas à noite faz mais sentido  Gosto de amar quem se interessa. Cansei de coração partido  Gosto de ouvir meu latido na grade Enquanto sou caule de flor no canteiro  Gosto de ser a buzina do carro  Enquanto sou baseado queimando no cinzeiro  Gosto de não querer ser perfeita E entender que não sou aquilo que me disseram  Não sou uma princesa graciosa Sou humana, complexa e perigosa  Muito mais do que pensaram 
Aproveitando a valorizar o tédio  O ócio  O vazio. Já que ele não vai embora  Convidei pro almoço  Ficou pra janta  Quero pesquisar outras formas De entrete-lo  E assim ser maior 
Você tem um dicionário Um manual de instruções Uma bula Um segredo Uma senha Um desejo Você tem? Uma resposta pra tanto quase Tanta dúvida Não se atrase Que estou súbita E quente Meu amor Entenda É eloquente Enlouquece a gente Acaba com qualquer dor de dente Esse incômodo do que não se diz Meu amor, por favor Faça, traduza, o que está aqui Debaixo do meu nariz Sinto tanto  Mas raciocino errado  To indo pelo coração  Ignorando meu cérebro Que já foi alertado. 
Eu queria ser o motivo do poema mais triste do mundo  Queria cultivar o sentimento lírico em alguém  Queria causar o acidente vascular cardíaco  Dos corações desajustados  Tirar do trilho do trem indesejado  Causar enjoo naquele que estava parado Dar vertigem no que estava paralisado  Eu queria causar o suspiro lírico  Daqueles que não vê caneta nem teclado  Só se desenlaça de repente no íntimo  E de repente um poema formado  Queria ser aquela que tira o ar Mas também oxigena  Aquela que consola  Mas que num minuto vira poema Queria ser de água Apesar do fogo habitar  Deixar a terra molhar  E crescer de dentro pra fora O sentimento sem mágoa  Sem nada além do sentir  Com gosto de amora
Primeiro achei que ia te esquecer  Desisti Me conformei com sua lembrança Depois pensei que deixaria de te amar Em vão  Você permanece, é esperança  Em algum lugar do meu coração  Hoje me acostumei  Com sua presença Aqui no peito  Como se fosse morada "Te amo pra sempre" Dito e feito  Pra sempre  Lembrar  Da nossa jornada Hoje  Já adaptada A te amar e lembrar  Celebro o que houve Sem pensar no que haverá Será pra sempre  Uma das histórias  Mais doce E dolorosas  De amor que já vivi. 
Por que a mulher bissexual  Tem sempre sua sexualidade  Vigiada?  Monitorada Sinto que estou sempre  Precisando prestar contas  Sobre quem me atrai Quem eu amo  E quem eu desejo  Sei que magoei Fiz coisas erradas Mas o final é sempre esse, né?  Uma mulher bissexual  Culpada por desejar  "Tenho insegurança com homens" Não consigo conceber a ideia De estar com alguém  E me sentir mal por desejar Outro  Não consigo conceber a ideia  De amar alguém  E ter que me controlar  Para não falar demais Cansei  Eu queria conseguir me sentir livre Pra amar, falar, foder  Sem me sentir uma escrota Sei que agi com quem me ama Como aquele que me magoou agiu comigo Pode ser hipocrisia, egoísmo, ou outra coisa Mas a verdade é que a mulher bissexual  Não tem direito ao desejo  Se ama um homem é hetero demais Se ama uma mulher, é sapatão demais Se ama mais de um é egoísta Se não ama é fria Se gosta de alguém padrão  É previsível  Se ama alguém fora Fetichista Se ama alguém parecido consigo  Narci

Inadequada

Permitindo-me ser mal interpretada Inadequada Me sentindo, como sempre, deslocada  Mal amada Aceitando a visão de terceiros  Destorcida  Concordando em partes  Com ficheiros  Vencida  Pelo cansaço de ser perfeita  Às vezes falando mais que a boca Às vezes fazendo o papel da louca  Às vezes vigiando minha própria reputação Oca  Ecoa  Tudo que há de ruim  Faz da língua chicote e fui Embora da ideia de boa  Ressoa  E flui  Algo que não é meu  Me possui  E dita os caminhos certos do coração  Como pode Pensar tanto em reputação  Quando na verdade  O que fala é ação e reação  Quem merece mesmo Dá chance de remissão 
Nem sempre seremos a melhor versão de nós mesmos  Nem sempre falaremos a coisa certa teremos a postura adequada passaremos confiança Mostraremos o melhor lado  Acho que o que vale à pena mesmo É confiar no tempo Nas pessoas  E saber que quem quiser conhecer-te Estará disposto a esperar o seu melhor dia E avaliar Se deve ir ou ficar Quem já foi Acho que iria de qualquer jeito  Independente de acerto ou erro  Nem sempre conseguimos Convencer a pessoa de que vale a pena Tentar

trilha

 Às vezes penso que sinto demais Às vezes sinto que penso demais  Tudo demais Muitas eus  Falam comigo  Tento entender  Não acho sentido  Procuro O mais sublime Abstrato  Significado dos acontecimentos  Atropelamentos  De minhas versões Sendo decompostas E deixadas para depois Às vezes entra numa relação à dois Às vezes acaba com a possibilidade  De haver frutos  Feito espiões  Curiando minha felicidade Criando armadilhas na caminhada Que mapa é esse Que não fala do trajeto Mas aponta a chegada?  Nebuloso  Estranho  Curioso  Me acanho Quando acho que entendi  Ele me vira do avesso outra vez Quando acho que decidi  Ele me coloca dúvidas de uma a três  Que é isso?  Que que há?  Quando é que é vício?  E quando é amar?