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Dente de leão

"Estava com o sol em contraste Foi quando feliz, tu me encontraste Me perco na cidade que me cobra A cada esquina uma nova cobra Me dá o bote Sou uma índia no bote Sigo rio a frente Riu contente Perco-me em curvas Me molho em águas turvas Parte de mim, um ponto composto Talvez seja o oposto Talvez seja um aposto O meu ego é o ponto cego O meu mundo é o ponto surdo" - Júlia Zocchi

Quem eu sou?

"Eu sou um barco prestes a partir Eu sou a chuva prestes a cair Se eu partir Partirei algum coração? Se eu grunhir Calarei alguma multidão? Quem eu sou? Caixa de ossos ambulante? Ou uma metamorfose inconstante? Sou uma dúvida eterna Sou fruto da dedicação materna Com a inteligência paterna Sou sentimento Eu me lamento Transbordo em versos O âmago mais puro Meus sonhos são imersos Em lágrimas estou naufragada Mas estas maram minha sede Ferida nunca foi fechada Só sei que nada sei E nunca soube o que serei Só sei que nada sou E nunca fui o que achei que seria Só sei que sempre sonhei Em saber que sei de algo Mas por que raios eu saberei? Só sei que não sei quem sou Sou algo que não sei Simplesmente não sou Não fui, não serei É disso que eu realmente sei" - Júlia Zocchi

Medrosa

"Caminho com a sorte Procurando a morte Me perco em rimas banais E ao mesmo tempo racionais Me entrego ao mundo grande Dele eu tenho muito medo Não importa para onde eu ande Eu sou fruto desse segredo A bolha me impede de ver O que tem na outra margem Marginais me abordam E eu vejo o mundo selvagem Eu tenho medo do mundo Eu tenho medo da vida Eu sou um mistério profundo Eu sou a dor da ferida Eu não quero me entregar À escuridão profunda Eu preciso enfrentar Enquanto o medo me inunda O que faço aqui a ninguém interessa Nasço e morro sozinha Na vida o que não tenho é pressa Mas corro e perco a linha Eu sou menina Eu tenho medo do escuro Eu tenho medo do homem Eu tenho medo da noite Eu tenho medo do caminho de casa Eu sou medrosa" - Júlia Zocchi

Eu

Eu sou uma estátua viva Eu sou uma carta não lida Eu sou uma cama desarrumada Eu sou livre e descabeçada Eu sou a preguicinha da aurora Eu sou uma torta de amora Eu sou um par de pés descalços Eu sou um par de brincos falsos Eu sou cor quente Talvez eu seja doente Eu sou traço forte Eu tenho medo da morte Caminho na terra Me perguntando quem erra Atravesso a ponte Não se desaponte Apareço na janela Eu sou seu leite com canela Eu me escondo em escombros Por favor, não dê de ombros Sou insegura e ansiosa Sensível e amorosa Não desista de mim Por ser tão imperfeita assim

Gabiru

Me ama na cama Me deixa insana Faz sentido o nosso toque Nosso amor é um show de rock Me acalma Completa minha alma Me canta E depois me encanta Faz minha vida virar dança Faz eu voltar a ser criança Sua voz virou meu mantra Sorriso hipnotizante Não desiste de mim, moreno Seja pra sempre meu amante.

Covarde

Sujo o meu jeito Com esse sujeito Confuso e estreito Que para na rua Cabeça tira a roupa e fica nua Vulnerável, e tão na sua Sente-se e fique à vontade Se instale no único sentimento Que é de verdade Minto quando falo Que não sinto Ou que me calo Mente confusa Mente vazia Queria ser musa De pele macia Sou arte em falta Sou a parte que salta Sou o vazio na mente Sou o sentimento consciente Me descrevo em versos tentando explicar A minha fraqueza de não me desculpar Eu sumo para não dizer que parti Eu durmo para não dizer que fracassei Eu sonho pra não dizer que morri Eu grito para não dizer que me calei Tão covarde Que a pele me arde Tão distante Que acabo sendo errante Paro e olho pra mim Alma sai do corpo e me vejo assim Sem cara, sem identidade Procuro-me na cidade Talvez eu me ache Talvez eu fique na saudade Da Júlia antiga, da Júlia de verdade Me falta responsabilidade Me falta coragem Me falta fôlego Me falta malandragem Quem sabe eu

Devaneios.

"A campainha toca É você na minha toca Você não mais me toca Pelo visto não se toca Que eu quero tocar A minha vida para frente Pra sempre ser presente Naquela felicidade Que invade a cidade Cores e amores Não há lugar pra dores Fazendo computadores Melhores que humanos Havendo assim vários enganos Cancelando os falsos planos Para um dia melhorar A utopia é tão grande Que dá preguiça de alcançar" - Júlia Zocchi

O quarto de um poeta.

          "Um feixe de luz amarela entrando em um quarto calmo em alguma cidade movimentada. Um pedaço de terra completamente lírico em um lugar completamente dramático.            Eu era apenas um caso, eu era apenas um sonho. Nada me tirava da minha coberta, nada me tirava da minha poesia. O café na xícara completava o cenário simples e complicado. Aparentemente profundo, mas se você olhar mais afundo, verá que é tão superficial quanto eu.            Nada é mais poético do que um feixe de luz amarela. Nada é mais profundo do que a vida trazida pelo sol, entrando na janela de um quarto. Um quarto, quatro paredes de solidão. Quatro paredes de dores, amores e poesia. Um quarto, quatro paredes que guardam a alma de um poeta.            Não há coisa mais bonita do que o choro de um poeta. Não sai em lágrimas, sai em palavras. Quando um poeta chove, alaga o quarto. Alaga de um jeito que o torna especial. Há vezes que é apenas uma garoa, e outras vezes que é um toró completo. O poet

Status

"Tem dias que a gente está carente  Tem dias que a gente está descrente  Tem dias que eu acordo valente  Mas tem dias que eu acordo decente Caminho de mãos dadas com a sorte Talvez ela me livre da morte Ou talvez ela apenas feche meu corte Me cobram dívidas que nunca fiz Me sufoca, bendita meretriz Cala-te, o âmago é meu Conforme-se, a eu antiga morreu Aceite o fato que não é seu Metamorfológica Eu não costumo seguir a lógica" - Júlia Zocchi

Amor.

"Às vezes me vem de repente  Algumas rimas que fiz em um passado recente  As dou pra você de presente  Antes que eu perca no meu ego confuso  Apenas me perco onde eu me iludo  Aceito um mapa de mim mesmo  Assim eu posso disfrutar da prosa sem esmo  Basta me levar ao por-do-sol  Basta me cobrir no lençol  Boquiaberta ficaria  Busco o som no dia a dia  Bate forte em meu peito  Bruto e manso esse seu jeito  Bom gosto tive quando escolhi a ti  Brutal seria ver você partir Caso com o acaso, mas não caso com você Casar é se prender Com você eu só quero liberdade Cobrir e descobrir a cidade Cansar de tanto rir Cobrar nada e nem mentir Desço de salto Descalço você está De terno fica alto Deito-me inteira ao seu olhar Descubro um novo mundo Dentro do que achei inabitável Dou-me inteira e você fica mudo Dá-se inteiro e eu sinto algo inevitável Exagerada, jogada aos seus pés e à sua cabeça Enxergo e retribuo algo que você talvez nem mereça Encontro em você

De volta com a escolta

"Não pense que sou estranha  Quando na verdade só estou de manha  Não pense que eu grito calada  Quando na verdade  Minha poesia é minha espada  Não pense na minha idade  Eu não escrevo por vaidade  Eu só queria uma amizade  Para um dia ser feliz  Dizer o que se quis  Tentar ser atriz  Tentar ser fotógrafa  Tentar ser leitora  Tentar ser filósofa  Os meus pés tocam o asfalto  Sentem areia  A paz se semeia  A mente clareia  Minha clorofila é você  Mas a luz é de minha autoria  Sorria  Eu estou de volta  Dessa vez eu vim com escolta  Não tem medo e se solta  Sente o feixe de energia  Sente no meu sorriso a alegria  Estamos vivos, em muitas vidas  Estamos curando as feridas  Para um dia se dizer  Eu vivi sem  deixar de proceder" - Júlia Zocchi

puTUPIa

"No ato você me ata Descoberta é o caralho Porque há anos que eu sou primata Você me escraviza Faz uso da chibata Eu tô sem terra E você acha que vai adiantar Votando no Serra Aqui se encerra A alternativa Aqui se vai A minha vida Eu to fudido há muito tempo Desde a urbanização Missigenação, globalização Isso não é globalização Isso é lobotomia Globotomia? Vai saber... E eu ainda não sei Nem ler, nem escrever Minha terra foi roubada O que é isso? Pátria amada? Eu diria Pátria Calada." - Júlia Zocchi

As vantagens da solidão

Imagem

A devassa perdida

                 Ela sorria, com tristeza nos olhos. Ela estava no meio de todos, mas estava sozinha. O que ela tinha feito na noite passada? Nem ela sabia.                  Só se lembrava das preliminares. Ela se preparando, vestindo-se, com a roupa mais cara do guarda-roupa. Passava seu batom vermelho e vestia seu coturno. Chegou na festa e todos a olharam, ela sentou, pediu um drink , ria alto e falava com os homens. Como não se encantar? Os homens deliravam, algumas mulheres a odiavam, outras deliravam junto com os homens, e outras eram apenas indiferentes.                Ela dançava, como se o mundo fosse acabar. Dançava no ritmo do apocalipse. O mundo realmente iria acabar naquela noite, para alguém. Depois daquela música, pediu um drink, dissolveu um doce, e bebeu. A memória acabou. Overdose, overdose de carpe diem e de vida sem limite.                 Acordou à beira de um riacho, havia sangue  e um corpo ao seu lado. Ela estava assustada, não se lembrava de nada. Achou

Carpe Diem

               Nada abalava a alegria daquele sujeito, ele via na simples questão de estar vivo, um bom motivo para comemora. Ele ia para a praia, para a gandaia, com seus amigos, e enquanto a sua namorada passava o protetor solar, ele ia para o mar, sentir a natureza lhe abraçar.               Quem o visse dois anos antes, diria que ele não ia sair daquele escuro quarto. Houve um acidente, um incêndio acidental no posto de gasolina, e ele estava lá. Talvez fosse azar. Ele preferia pensar em " maktub ", particípio passado do verbo Kitab .  É a expressão característica do fatalismo muçulmano. Maktub significa: "estava escrito"; ou melhor, "tinha que acontecer". Essa expressiva palavra dita nos momentos de dor ou angustia,  não é um brado de revolta contra o destino,  mas sim, a reafirmação do espírito plenamente resignado diante dos desígnios da vida.                 Maktub o fez perder perder o irmão. Por quê? Estava escrito que aquele carro iria bater

Utopia e barbárie

"Eu luto Pelas pessoas que estão de luto Para acabar com o excesso de tributo Para mudar tá precisando de um surto Deixando de ficar mudo, eu mudo Deixando de ficar parado eu paro Deixando de ser pressionada, eu pressiono Eu impressiono a avenida Eu vou mudar a nossa vida Não se conforme com o que é uniforme Não se iluda, achando que basta a ajuda Pra mim já chega de tanta hipocrisia Apenas lutando se constrói a harmonia." - Júlia Zocchi

Eu sinto falta da minha história de Sid e Nancy

"Eu sinto tanta saudade de nós  Isso me corrói de um jeito tão atroz É tanta maldade quando me deixam a sós Com as nossas lembranças, Esperanças e promessas de ter crianças. Falando de política e também de militâncias A gente achava que um dia ia dar certo O meu coração para você estava aberto Não conhecia sua imagem, para mim não me importava E depois, isso de nada adiantava Passaram-se meses, e eu sobrevivi Mas tenho vontade de te chamar, e contar de tudo o que vi Mostrar que eu segui em frente sem você Mas nisso, nem eu consigo crer Isso é um desabafo de momento de carência Me deixa até com malemolência Lembrando de um personagem sem rosto Mas ainda sinto falta do seu misterioso gosto Se um dia eu preencher os requisitos Quem sabe eu corro atrás dos esquisitos E desista da paixão adolescente Muitas vezes penso que foi inexistente Coisas de menina Que por qualquer coisas se fascina Conversa vai, conversa vem E a gente se apaixona por nem mais um po

Todos os dias são dias de Maria

" Maria, Maria É um dom, uma certa magia Uma força que nos alerta Uma mulher que merece Viver e amar Como outra qualquer Do planeta ..."         Maria, talvez sua personalidade, não seja tão simples quanto o nome. Talvez tão encantadora quanto a música de Milton, mas um pouco mais insegura. Tem apenas 15 anos, mas sente o peso em seu dorso de uma mulher de 20.         A Maria ria, nas noites em que sonhava com poesia. A Maria era má, nas noites de sonhos revolucionários. Maria era má e ria, nas noites de adolescente de 15 anos. Apesar de não ser católica, e não ter nada relacionado à santíssima trindade, Maria era três: Maria poeta, Maria Guevara, e Maria adolescente. Porém, Maria era apenas Maria, uma eterna magia.       As vezes, suas Marias se chocavam, e ela se via em uma contradição sem fim. Disseram-lhe "Você tem apenas 15 anos! Não precisa defender ideologia nenhuma", mas ninguém sabia do imenso peso em seu dorso.      Talvez quando Maria crescer,

Calendário

"O sol de janeiro A festa de fevereiro As águas de março As mentiras de abril As noivas de maio Os santos de junho As férias de julho O cachorro louco de agosto A independência de setembro As crianças de outubro A desorganizada república de novembro A despedida de dezembro" - Júlia Zocchi

Rascunho

"Eu vivo em um mundo meu E depois deito nos braços de Morfeu Em todo lugar estou feliz E a vida será como eu sempre quis Parto de coração partido De uma eu sem rumo Para uma eu sem sentido Na verdade o sentido está nos olhos de quem vê É necessário viver para crer Eu vejo apenas um futuro Iluminado e ensolarado Estou tranquila Estou sempre ao meu lado." - Júlia Zocchi

Drama

"Conseguiste ser mais triste que Agatha Christie Fazendo drama da situação Talvez assim morra cedo Talvez sim Talvez não O físico não acompanha o mental Quinze anos corporal Parte cinco mental Parte noventa Se orienta! Aguenta o simples Se não aguentar nem isso Morrerá no primeiro compromisso" - Júlia Zocchi

Mar

"O mar traz com ele Ondas de mim Minha maré está alta Trago comigo Água salgada Trago e levo o sol Mas ele volta amanhã Talvez eu traga o amor Talvez eu o leve Eu sou a porta para o mundo, meu bem Sou história de pescador Sou de poseidon Vou da Argentina até Belém Sou enigma e mistério Sou antigo Sou valioso Sou caso sério" - Júlia Zocchi

Samba de amor

"Farei samba de amor, para mim Por ter abandonado a dor, assim A comida mudou de sabor A vida passou a ter mais cor A auto-aceitação é algo incrível Toca o nosso lado sensível O vento nos cabelos Me deu a notícia esperada Eu já estou preparada Para seguir a estrada Só eu e meu sambinha Os outros observam Enquanto ela caminha Sorrio sorriso bom E eu lamento Quem se incomoda com o meu som" Júlia Zocchi

Auto descrição

"Sou filha do sol com a lua  Afilhada do farol com a rua  Me distraio com sussurros Eu queria mesmo é pular os muros Incompreendida faço arte em marte Enquanto aproveito cada parte" - Júlia Zocchi