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Mostrando postagens de janeiro, 2022
Eu queria ser o motivo do poema mais triste do mundo  Queria cultivar o sentimento lírico em alguém  Queria causar o acidente vascular cardíaco  Dos corações desajustados  Tirar do trilho do trem indesejado  Causar enjoo naquele que estava parado Dar vertigem no que estava paralisado  Eu queria causar o suspiro lírico  Daqueles que não vê caneta nem teclado  Só se desenlaça de repente no íntimo  E de repente um poema formado  Queria ser aquela que tira o ar Mas também oxigena  Aquela que consola  Mas que num minuto vira poema Queria ser de água Apesar do fogo habitar  Deixar a terra molhar  E crescer de dentro pra fora O sentimento sem mágoa  Sem nada além do sentir  Com gosto de amora
Primeiro achei que ia te esquecer  Desisti Me conformei com sua lembrança Depois pensei que deixaria de te amar Em vão  Você permanece, é esperança  Em algum lugar do meu coração  Hoje me acostumei  Com sua presença Aqui no peito  Como se fosse morada "Te amo pra sempre" Dito e feito  Pra sempre  Lembrar  Da nossa jornada Hoje  Já adaptada A te amar e lembrar  Celebro o que houve Sem pensar no que haverá Será pra sempre  Uma das histórias  Mais doce E dolorosas  De amor que já vivi. 
Por que a mulher bissexual  Tem sempre sua sexualidade  Vigiada?  Monitorada Sinto que estou sempre  Precisando prestar contas  Sobre quem me atrai Quem eu amo  E quem eu desejo  Sei que magoei Fiz coisas erradas Mas o final é sempre esse, né?  Uma mulher bissexual  Culpada por desejar  "Tenho insegurança com homens" Não consigo conceber a ideia De estar com alguém  E me sentir mal por desejar Outro  Não consigo conceber a ideia  De amar alguém  E ter que me controlar  Para não falar demais Cansei  Eu queria conseguir me sentir livre Pra amar, falar, foder  Sem me sentir uma escrota Sei que agi com quem me ama Como aquele que me magoou agiu comigo Pode ser hipocrisia, egoísmo, ou outra coisa Mas a verdade é que a mulher bissexual  Não tem direito ao desejo  Se ama um homem é hetero demais Se ama uma mulher, é sapatão demais Se ama mais de um é egoísta Se não ama é fria Se gosta de alguém padrão  É previsível  Se ama alguém fora Fetichista Se ama alguém parecido consigo  Narci

Inadequada

Permitindo-me ser mal interpretada Inadequada Me sentindo, como sempre, deslocada  Mal amada Aceitando a visão de terceiros  Destorcida  Concordando em partes  Com ficheiros  Vencida  Pelo cansaço de ser perfeita  Às vezes falando mais que a boca Às vezes fazendo o papel da louca  Às vezes vigiando minha própria reputação Oca  Ecoa  Tudo que há de ruim  Faz da língua chicote e fui Embora da ideia de boa  Ressoa  E flui  Algo que não é meu  Me possui  E dita os caminhos certos do coração  Como pode Pensar tanto em reputação  Quando na verdade  O que fala é ação e reação  Quem merece mesmo Dá chance de remissão 
Nem sempre seremos a melhor versão de nós mesmos  Nem sempre falaremos a coisa certa teremos a postura adequada passaremos confiança Mostraremos o melhor lado  Acho que o que vale à pena mesmo É confiar no tempo Nas pessoas  E saber que quem quiser conhecer-te Estará disposto a esperar o seu melhor dia E avaliar Se deve ir ou ficar Quem já foi Acho que iria de qualquer jeito  Independente de acerto ou erro  Nem sempre conseguimos Convencer a pessoa de que vale a pena Tentar

trilha

 Às vezes penso que sinto demais Às vezes sinto que penso demais  Tudo demais Muitas eus  Falam comigo  Tento entender  Não acho sentido  Procuro O mais sublime Abstrato  Significado dos acontecimentos  Atropelamentos  De minhas versões Sendo decompostas E deixadas para depois Às vezes entra numa relação à dois Às vezes acaba com a possibilidade  De haver frutos  Feito espiões  Curiando minha felicidade Criando armadilhas na caminhada Que mapa é esse Que não fala do trajeto Mas aponta a chegada?  Nebuloso  Estranho  Curioso  Me acanho Quando acho que entendi  Ele me vira do avesso outra vez Quando acho que decidi  Ele me coloca dúvidas de uma a três  Que é isso?  Que que há?  Quando é que é vício?  E quando é amar?