Silenciador
Ele me engolia em público quando determinava o que eu queria. Me engolia privadamente quando dizia o que eu realmente estava fazendo. Inicialmente eram coisas simples que me pedia a fazer - Lava esse copo pra mim? - Arruma a cama? - Faz minha barba? E me engolia com ações que não eram minhas. Um dia acordei sem boca Havia uma camada lisa de pele por baixo do nariz que se seguia até o queixo. Não conseguia dizer as coisas que sentia. Ele me emprestou a boca dele por algum tempo, mas era muito cansativo para ele, coitadinho. Meses depois, perdi meus braços de forma misteriosa. Eu fui ao médico, e ele disse que analisando o meu caso, eu já nasci assim. Nunca houve mobilidade ali Eu matei aquele homem com meus próprios pés, antes que eu não pudesse mais fugir.