Pagu indignada no palanque

Ei, você leitor, Não me julgue por ser assim Eu sei que você tambem sente dor A diferença é que eu não guardo pra mim Eu sei que é estranho Ver tanto sentimento Numa quantidade curta de tempo Mas infelizmente eu não escolho o tamanho Nem a data que virá o tormento Pra mim é muito constrangedor Me expor sem pudor Sem saber quem é você, leitor Mas quando se sente essa necessidade De expulsar a dor Se tem coragem pra tudo Até enfrentar um público esmagador Que sei que talvez pouco se importe Com a minha falta de sorte Talvez só queira rir da minha interna morte Por isso é preciso estar atento e forte

Eu nunca senti o meu coração pulsar tão forte dentro do meu peito. Esse é só um dos efeitos que essa angústia em época de lua cheia me traz. Não pense que este é só mais um texto-poema sobre um coração apertado. Isso é um desabafo do ser humano mais vivo que você já conheceu na vida. Como pode haver tanta intensidade personificada em 19 anos de vida? Amor? Sinto demais Tristeza? Sinto e nada mais. O que não me falta na cabeça é sentimento. No coração, o que não me falta é um batimento acelerado pra pulsar o sangue de uma alma com sede. Ansiedade. Não no sentido patológico da palavra. Digo ansiedade quando falo daquela angústia dentro do peito que te faz andar de um lado pro outro. Digo da dor na barriga que te faz confundir com a fome e você acaba ficando horas sem comer. Afinal, a angústia não passa. Tristeza. Não pelo sentido patológico da palavra, também. Mas a tristeza que vem quando você se sente sozinho. E percebe que a única coisa a fazer para se sentir melhor é e

O que sou eu Se não um amontoado de incertezas? Minhas qualidades são confetes Numa festa que ninguém veio Projeto na figura de um sapiens Todas as soluções para minhas angústias Quando é que conseguirei parar De insistir no mesmo erro? Se és feliz com outra Mas está sendo bom comigo Não tem porquê querer ser outra Sendo que um universo único eu abrigo

Às vezes o silêncio Perpetua o ambiente Mas é tanto barulho na minha mente Que eu não me venço A esse tédio latente Eu não consigo me mover Meu coração dói muito Acho que vou enlouquecer Antes que eu consiga mudar o assunto

No dia seguinte do ato Sai na rua, e de fato Todos me olhavam estupefatos Parecia que sabiam Que eu tinha te encontrado Eles até riam De tanto brilho disseminado

Minha solidão permanece Não importa o que aconteça Toda vez que anoitece Eu acho que talvez mereça Às vezes eu sinto um aperto Dizem que é tensão pré menstrual Talvez não chegue nem perto Talvez seja só um aval