nós

Quando dois corpos nus se entrelaçam
É dado um nó 
Que só desata
Quando desandam os desejos
Enquanto os desejos andam juntos
O nó se cega
E fica cada vez mais difícil desfazer
Quando dois corpos nus se amarram 
Em um só
Se inicia um novo corpo 
Que se constitui de desejo
E fluido 
Quando dois corpos nus gritam 
De prazer
Há uma fenda no universo 
Que prova que nada existe por acaso
Ou pra sempre
Nem a angústia 
Nem o amor
E é isso que faz com que os corpos
Nus 
Continuem a caminhar 
Sozinhos 
Ou em nós 
Para se atar
E desatar 
Em si mesmos 
E fendas no universo 
Formarem galáxias 
E realidades alternativas
Para este mundo 
Tão incerto 
Tão doido
Tão doído 

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